não se reprima.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Sem rumo..

Ela acordou naquela manhã mais angustiada do que o normal, estava cansada, dos velhos rostos, dos velhos lugares, das velhas frases desgastadas como um velho jeans. Sentia a cabeça a rodar, só uma coisa lhe vinha a cabeça: tinha de ir embora dali. Pensou em todas as pessoas que amava, pensou no quanto sofreriam ao reparar que ela tinha ido embora, já não interessava. O desejo de travar um novo caminho, com novas descobertas, novos sentimentos, o desejo de desbravar o desconhecido, o desejo de ser livre, falava mais alto do que todos os sentimentos que carregava dentro de si. Sua alma estava velha, e ela precisava rejuvenescer, ela precisava viver, estava cansada de estar morta, estava cansada de tentar respirar, ela só queria viver em paz. E se a felicidade estava longe dali, então ela percorreria o caminho que fosse preciso, e carregaria sempre o seu lar dentro do coração. Porque Deus daria asas a um anjo se o seu destino não fosse o de voar? Porque Deus daria a liberdade de um oceano se a água não fosse o seu lar? Ai é que está! Vivemos num mundo onde as regras são ditadas por um ditador qualquer, ela não obedecia a ditadores, ela era patriota da sua própria nação, e esta chamava-se liberdade! Ela não nasceu para morrer, ela nasceu para acontecer, ela travaria qualquer luta que fosse preciso, tinha coragem o suficiente para seguir o seu caminho, mesmo que fosse sozinha. Correu pelo quarto, jogou somente o que seria absolutamente necessário para dentro de uma mala. Escreveu um pequeno bilhete e colou na geladeira, não pediu desculpas pelo seu ato, mas tentou ser o mais amorosa possivel para que ninguem se sentisse culpado por a sua partida. Deixou as chaves de casa na mesa de jantar, bateu a porta e partiu sem olhar pra trás. Quando chegou na rua, pela primeira vez, pensou aonde iria, e lembrou: "Sem limites para seguir". Entre suspiro ela saiu sem rumo, iria acompanhar o vento e tentar chegar em algum lugar.